sexta-feira, 29 de abril de 2011

29/04/2011 - Palestra com Samba Gadjigo sobre Ousmane Sembene na PUC-SP

CONVITE

O Centro de Estudos Culturais Africanos e da Diáspora-CECAFRO/PUC-SP, dando continuidade às suas atividades neste semestre, tem o prazer de convidar para a palestra  “África na perspectiva do cineasta Ousmane Sembène”, com o escritor, crítico,documentarista e professor SAMBA GADJIGO (Senegal).

Nesta sexta-feira, 29/04, na PUC-SP
Sala 500, Prédio Novo.
Das 19:00 às 21:30

Conheça um pouco mais o Prof. Dr. SAMBA GADJIGO
Crítico, escritor, documentarista e professor de Francês e Literatura Africana na Universidade Mount Holyoke, em Massachusetts/EUA, o senegalês Samba Gadjigo é titular em Letras Modernas pela Universidade de Dakar (Senegal) e Ph.D pela Universidade de Illinois (EUA).

 Ao longo dos últimos anos tem se dedicado à pesquisa e divulgação da biografia e obra do cineasta senegalês Sembene Ousmane, considerado o pai do Cinema Africano. Gadjigo é autor de obras referenciais para a compreensão da estética de Sembene, a exemplo dos livros Ousmane Sembene, une conscience africaine (autor, 2007); Ousmane Sembene: Dialogues with critics and writers (co-editor, 1993), além de documentários sobre a filmografia do cineasta como The Making of Moolaade (2005).

Na útil expressão de Gadjigo, Sembene Ousmane é um “notável desconhecido”, pois apesar da sua importância e pioneirismo para o Cinema Africano muitos aspectos de sua vida e obra ainda são desconhecidos, sobretudo no Brasil e na América Latina. É lícito dizer que reside aí o interesse do estudioso em divulgar as obras de Sembene pelo mundo afora, uma vez que isso possibilita um diálogo mais estreito entre a África e as demais nações.

Nesse sentido, a ideia de promover tal atividade na PUC/SP é uma forma de ampliar estes debates que, até então, têm se restringido a algumas poucas instituições e espaços acadêmicos ou universitários.

Clique na imagem abaixo e veja um video de Samba Gadjigo sobre Ousmane Sembene: 

Se não conseguir visualizar clique aqui: Samba Gadjigo Honours Ousmane Sembene

quarta-feira, 27 de abril de 2011

CUT realiza 1º de Maio Brasil-África

A CUT-SP vai comemorar o 1º de Maio – Dia do Trabalho – deste ano com um tema inédito: as relações Brasil e África. A data será comemorada pela CUT/SP com várias atividades que serão realizadas a partir da última semana de abril e incluem um seminário internacional, oficinas culturais, exposição de livros, obras de arte, exibição de filmes, apresentação de manifestações culturais afro-brasileiras, gastronomia e ato inter-religioso privilegiando as religiões de matriz africana.

Esses eventos culminarão com uma grande manifestação na data de 1º de Maio, que será realizada no Parque da Independência, no Ipiranga, em São Paulo.
 “A proposta é ir além da tradicional confraternização entre os trabalhadores que, evidentemente, é importante. Mas dar um primeiro passo para a reflexão sobre nossa condição de país afro-descendente. Somamos, hoje, mais de 90 milhões de afrodescendentes, segundo dados do IBGE, e essa consciência ainda não está presente na totalidade de nossa população. Além disso, os países africanos, que estão na raiz de nossa origem, são pouco conhecidos em sua dimensão histórica, institucional, econômica, social e cultural”, afirma  Adi dos Santos Lima, presidente da CUT/SP.
Neste 1º de Maio de 2011, a CUT quer chamar a atenção e mostrar um pouco da riqueza que constitui a matriz africana no Brasil e a importância das relações com os trabalhadores e a população dos países desse continente.
Os países que participarão das comemorações do 1º de Maio são: Togo, Zimbábue, Nigéria, Senegal, Cabo Verde, África do Sul, Gana, Benin, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Brasil. As nações africanas foram convidadas obedecendo ao critério de relacionamento entre as centrais sindicais e a CUT e também ao fato de algumas integrarem a comunidade de língua portuguesa.
É importante lembrar, ainda, que 2011 foi estabelecido pela Assembleia das Nações Unidas como o “Ano Internacional do Afrodescendente”, com o objetivo de “homenagear os povos de origem africana em reconhecimento à necessidade de se combater o racismo e as desigualdades econômicas e sociais. É também um reconhecimento pela enorme contribuição cultural e econômica dos descendentes de africanos em todo mundo”, diz o documento da ONU que oficializou  o tema.
O Brasil vem registrando muitos avanços na superação das desigualdades étnico-raciais, em especial em relação à população afrodescendente. Um passo importante foi a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial no ano passado. Mas, ainda há um caminho longo a percorrer. Um exemplo são as estatísticas que colocam o jovem negro entre as principais vítimas da violência no país. De cada três pessoas assassinadas no Brasil, duas são negras, revela o Mapa da Violência 2011, elaborado pelo Instituto Sangari, com base nos dados do Ministério da Saúde.
A Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história geral da África e sua contribuição para a cultura brasileira nas escolas públicas e particulares do ensino médio e fundamental, ainda  falta ser implementada, seja por falta de informação, interesse ou preconceito.
“Ao mesmo tempo, os países africanos tem sede de conhecimento sobre o Brasil e vêem com muito interesse o estreitamento de relações em vários campos de atividade. O Brasil tem hoje mais de 30 embaixadas e representações nos países africanos. Muitos desses países que enfrentaram situações de conflitos em passado recente as superaram, a exemplo do apartheid na África do Sul e guerras coloniais e  hoje aspiram ao desenvolvimento e a uma política voltada para o bem-estar das populações, passando pela organização dos trabalhadores e trabalhadoras”, observa Artur Henrique, presidente nacional da CUT.
“Os caminhos para a África são amplos e esses povos aspiram a uma cooperação solidária com nosso país e nossos trabalhadores. E é importante lembrar que a história das relações entre o Brasil e a África, embora tenha sido marcada em seu início pela diáspora e o tráfico de escravos, tem uma ancestralidade que ainda pouco conhecemos e é referenciada hoje por relações dinâmicas, principalmente econômicas e culturais que queremos estreitar, em especial com os trabalhadores desses países”, completa Adi.




Fonte e programação completa: Hotsite 1º de Maio CUT Brasil-África 2011


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Curso: Uma historia do cinema na Cinemateca Brasileira

CURSO
UMA HISTÓRIA DO CINEMA NA CINEMATECA BRASILEIRA
26 de abril a 14 de junho de 2011
CURSO LIVRE em parceria com o Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Aulas às terças-feiras, às 19h00.
As inscrições são GRATUITAS e devem ser feitas pessoalmente na bilheteria da Sala Cinemateca Petrobras a partir do dia 19 de abril, de terça a domingo, das 15h00 às 21h00. Para realizar a inscrição é preciso ter em mãos os seguintes documentos: RG (obrigatório), CPF, passaporte, Título de Eleitor e Documento Militar. São 100 vagas disponíveis, preenchidas de acordo com a ordem de inscrição.
O novo módulo é dedicado ao cinema brasileiro e, pela primeira vez, as aulas serão ministradas por diversos professores da ECA/USP – Carlos Augusto Calil, Eduardo Morettin, Cristian Borges, Henri Gervaiseau, Rosana Soares e Esther Hamburger, sob a coordenação de Rubens Machado Jr. – aos quais coube também a seleção de filmes para o curso.
RUBENS MACHADO JR., coordenador do curso, é Livre Docente em Teoria e História do Cinema na ECA-USP. Como pesquisador, estagiou na Universidade de Paris III (1991-1997) e fez Pós-Doutorado no IA-Unicamp (1998-1999). Integra a editoria de várias revistas, como Cine-Olho (RJ-SP, 1975-1980), Infos Brésil (Paris, 1992-2007), Praga (SP, 1997-2000), Sinopse (SP, 1999-2006) e Significação (SP, 2006-). Publicou artigos em periódicos brasileiros como Novos Estudos Cebrap, Alceu, Cinemais, Educação & Sociedade, Pós – FAU-USP, Trópico, Folha de S. Paulo (Mais!, Ilustrada, Jornal de Resenhas e Folhetim); na Itália, Oèdipus e Close-Up: Storie della visione; na França, Cahiers du cinéma, Episodic e L'Armateur. É vice-presidente do Conselho de Orientação Artística do MIS-SP. Atualmente pesquisa a história do cinema experimental e de vanguarda.
Módulo 27
CLÁSSICO, ANTICLÁSSICO E QUASE CLÁSSICO: ASPIRAÇÕES, INVENÇÕES E TRADIÇÕES DO CINEMA BRASILEIRO
“Na universalidade tão admirada das obras clássicas
perpetua-se a universalidade funesta dos mitos,
a inflexibilidade do sortilégio, como norma e configuração.”
T. W. Adorno, Teoria estética
Num país jovial e meio barroco como o nosso, o termo clássico vive nos dando cócegas. No entanto, acaba nos atraindo a necessária positividade que ele nos promete. Iremos precisar dessa positividade para ordenar, fazer progredir, e afinal apreciar a nossa (nem sempre) precária realidade. Não nos esqueceremos de procurar o que na bandeira nacional se propõe (e continuaria faltando), ou seja: Como chegar à Ordem e ao Progresso? Que significado podem ter? Mais ainda: Como usufruir, o que fazer do que já conquistamos?
O cinema brasileiro não escapa dessa realidade maior e dependerá também dos olhares contemporâneos que pretendem sempre reordená-lo na história. A sorte dos filmes nacionais considerados clássicos vive assediada por essa “providencial” instabilidade. Sintoma disso é a impressão de que este ou aquele clássico mais tradicional o seria de fato mais por convenção do que por convicção.
Alguém lembrará a boutade abrupta de Nelson Rodrigues, “Toda unanimidade é burra”. Vamos combinar que estamos de acordo se o unânime em questão apoiar-se apenas no chamado senso comum. Este último deve ser atacado continuamente pelo exame atencioso dos processos de legitimação e dos critérios críticos exercitados; o que não é fácil. A nenhum filme brasileiro falta o vestígio da afirmação, na medida em que qualquer um, por sua simples existência, sobrepuja o isolamento e a miséria do status quo mais encontradiço. E se há realização classicista em terreno meio arcaico, é certo que pesou o gesto ancestral de afirmação sobre a Natureza, que a atração circense tão bem materializava, muito antes do cinema. As ideias vão mudando e os modos de pesquisar, muitos momentos relegados ou ignorados vão aflorar. Muito se pode interrogar hoje em dia das velhas obras cinematográficas em virtude de novas concepções de mundo deflagradas. Os verdadeiros clássicos vão resistindo ao tempo, e mesmo se renovando, arriscando ampliar o seu espectro de sentidos. A especulação de cada novo momento é necessária para testar os critérios assentados e tradicionais. As exigências práticas do presente repõem com novos moldes uma educação dos sentidos refeita, que nos faz ver com novos olhos, percepção diferenciada.
Por um lado já se tornaram senso comum, mesmo para quem não gosta de enxergar o filme brasileiro pelo ângulo do autor, nomes como Nelson, Glauber, Joaquim Pedro, Leon, Anselmo, Cacá... Ou sobrenomes como Medina, Mauro, Peixoto, Manga, Khouri, Person, Candeias, Saraceni, Sganzerla, Bressane, Babenco, Mojica... De outro lado há os filmes. Fora de sua singular análise crítica resta, e floresce, a mitologia do cinema; assim como na historiografia dos grandes criadores acabaria imperando o relato martirológico. Do modo como se dá o consenso nestes casos de pura reverberação da indústria cultural, convém destacar o fato de que para além do chamado cinema clássico e de todo o classicismo aparentado à história da arte, tudo pode virar “clássico”. Onde a indústria não consegue erigir seus modelos de comercialização mediante a interação sistemática do consumo, como falar de cinema clássico, senão como mimese estilística trazida dos maiores centros fabricadores? Entre o conceito mais exigente e a vulgarização indiscriminada ou prepotente surge a crítica tentando mediar o assunto.
Claro que este não é um problema exclusivo do Brasil, ou da periferia. Mas a diferença existe – e persiste na história, tem estado aí para fazer contraponto, negar, glosar ou contrastar com as mais fortes potências emissoras. Em toda parte o clássico tem convivido com o pseudoclássico, o quase clássico e o anticlássico. Como já disse G. C. Argan, tentando dar conta da eclosão maneirista na história da arte, o termo anticlássico, naquilo que parece designar, paradoxalmente, torna mais claro num átimo aquilo que sugere configurar, e mais denso de conteúdos que o seu contrário. Glauber Rocha teria intuído o problema não só ao escrever a Estética da Fome como ao chamar a cultura estadunidense de “neoclássica”; isto, claro, sem falar da sua simpatia pelo barroco.
Cada diferente prática do cinema, se bem desenvolvida, vai sugerir a sua própria configuração clássica. Porém, falar em clássicos de cada gênero cinematográfico de narrativa só é coisa cristalina e claramente autorizada quando a indústria os institui. E o caráter intermitente ou precário da indústria do cinema no Brasil arremessou a possibilidade de qualquer tipo de clássico para epicentros distintos dos cânones de gênero convencionais do cinema. Nestes termos, a atual vaga tecnológica de amadorismo fértil e promissor não é exatamente uma novidade desde que se começou a filmar por aqui. Estudiosos do país, como Paulo Prado ou Mário Pedrosa, voltaram a apontar uma renitente inclinação romântica que nos custa muito endireitar. Seguindo o vaticínio de Paul Valéry, de que toda a obra romântica já é clássica apenas mediante o seu êxito, resta-nos compreender o que de melhor aqui se construiu. Sucessos de crítica ou de público, êxitos frustrados por desvendar, êxitos do futuro, ainda incompreendidos?
Rubens Machado Jr.
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próximo ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
ENTRADA FRANCA
Clique aqui e confira a programação, sinopse dos filmes e bibliografia do curso

Baile do Carmo abre Etnodoc na TV Brasil

 








O documentário, que abre a programação do Etnodoc II, no dia 21 de abril às 0h (de 5ª para 6ª feira), retrata um peculiar baile de gala organizado há mais de 120 anos pela comunidade afro-descendente de Araraquara – há 80 anos ele ocorre no mês de julho embalado por uma orquestra. Conhecido como a mais sólida manifestação da cultura negra da cidade, o Baile do Carmo surgiu em um cenário de segregação racial e hoje é tido como uma celebração pela identidade e resistência da população afro-descendente do interior de São Paulo. Com 26 minutos de duração, Baile do Carmo foge das tradicionais formas de narrar documentários sobre festejos históricos e constrói sua narrativa a partir das expectativas e preparativos de seus personagens.

Fonte: TV Brasil 
Divulgação solidária: Quilombocine


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dia 16/4 Cine Afro Sembene Apresenta: Rastros, Pegadas de Mulher – Direção Katy Léna Ndiaye

Sinopse: As pinturas murais das mulheres kassenas de Burkina Faso, perto da fronteira com Gana, são famosas pela beleza do traçado e pela harmonia de cor. Interessada no assunto, Katy Léna Ndiaye escolhe comparar tradição e modernidade, através do retrato de três anciãs e da “neta” que elas iniciam nas técnicas ancestrais. Ela realiza um filme com maestria estética, verdadeiro retrato de uma comunidade artística, por onde se discute a transmissão de ensinamentos, a educação e a memória numa África em mutação.

Sobre a diretora: Katy Léna Ndiaye nasceu no Senegal em 1968, mas chegou à França, onde seus pais se instalaram, muito jovem. Há dez anos trabalha na Bélgica, em Bruxelas, onde exerce a profissão de jornalista. “Rastros, pegadas de mulher” é seu primeiro filme.


Local: CENTRO CINE CLUBISTA DE SÃO PAULO – CECISP

Horário: 19 horas – Entrada Franca

Rua Augusta, 1239, conj. 13 e 14 – São Paulo – Próximo a Avenida Paulista – Metrô Consolação

Informações: (011)3214-3906

www.centrocineclubista.blogspot.com

www.cineafrosembene.blogspot.com

Realização: Forum África

Colaboração: Casa das Áfricas Cabeças Falantes Fórum Africa-Blog Quilombocine

A morte de Benê Silva


A Câmara Municipal de Embu homenageou o ator Benê Silva, pelo seu falecimento no dia 21 de fevereiro naquela cidade, em reconhecimento ao ator que idealizou um cineclube em Embu, onde fixou residência e passou os últimos momentos de vida. Durante a homenagem, um pequeno filme foi projetado, no plenário

O ator, dramaturgo e cineclubista mineiro Benê Silva morreu de complicações decorrentes de um câncer na garganta, aos 69 anos.

Benê Silva chegou a Embu há alguns, passando a integrar a vida cultural da cidade, ligando-se e militando no movimento por políticas públicas culturais.

Muito ativo, criou o Cineclube de Embu das Artes, levando a sétima arte a vários bairros da cidade. No ano passado, sua entidade foi uma das escolhidas por edital para abrigar um “Ponto de Cultura”, com apoio da prefeitura e verba do governo federal, em reconhecimento a seu trabalho.

Atuação marcante
Nascido em 16 de agosto de 1942 em Uberaba (MG), Benedito Vicente da Silva foi ator, dramaturgo e cineclubista, estudou artes cênicas na EAD (Escola de Arte Dramática de São Paulo), fez parte do TEN (Teatro Experimental do Negro) na década de 1950, no Rio de Janeiro, com a atriz Ruth de Souza.

Em 1969, o dramaturgo Plínio Marcos citou Benê como um ator negro que poderia ter sido escolhido para o papel de “Pai Tomás” em uma novela da Globo, "Cabana do Pai Tomás" (1969-1970). A emissora carioca preferiu, porém, escolher um ator branco (Sérgio Cardoso - 1925-1972) e "tingir o panaca de preto", nas palavras de Plínio, em vez de colocar um negro no papel principal.

Dizia Plínio Marcos, no jornal Última Hora (RJ): “O Sérgio Cardoso é o cara que vai se prestar ao triste papel de se pintar de preto pra fazer o ‘Tomás’... enquanto Samuel, Dalmo Ferreira, Benê Silva (formado pela Escola de Arte Dramática), Milton Gonçalves, Antônio Pitanga, Carlão Caxambu e tantos outros atores negros, de valor provado, ficam pegando as rebarbas das quebradas da vida”.

A partir dos anos 1970, Benê participou como ator em diversas produções cinematográficas, no Brasil e no exterior. No Brasil, por exemplo, participou do filme “A Filha do Padre” (1975), dirigido por Tony Vieira.

Foi um dos grandes destaques da primeira montagem brasileira da ópera-rock “Hair”, entre 1969 e 1971, de estrondoso sucesso, em cujo elenco estavam também Sônia Braga, Aracy Balabanian, Neuza Borges, Armando Bógus (1930-1993), Ariclê Perez (1943-2006), entre outros atores.

“Hair” se revelou um manifesto teatral e musical em repúdio à guerra, em geral, e à participação dos Estados Unidos na guerra do Vietnã (1959-1975), em específico.

Nos últimos anos, Benê radicou-se no Embu, criando o “Cineclube de Embu das Artes”, oficializado em 10 de setembro de 2006, agitando a cena cultural, participando de todas as iniciativas, debates, fóruns de discussões relativos à promoção cultural na cidade.

Na cerimônia de inauguração das atividades do Cine Clube Embu das Artes, foi exibido o filme “Vida de Artista”, produção e direção do cineasta João Batista de Andrade, então Secretário Estadual de Cultura, que fez questão de participar pessoalmente do evento, a convite de Benê.


Benê Silva abre uma lacuna no movimento cultural de Embu, deixando dezenas de amigos e admiradores de seu talento, espírito rebelde, de luta e de vida. Segundo seus amigos, quando perguntado sobre o que ele pensava sobre si mesmo e sua obra, dizia apenas: “Eu, embora seja negro, não sou um negro do movimento. Eu sou um negro em movimento”.

Benê Silva foi um dos atores da famosa novela Beto Rockfeler da TV Tupi e seu último trabalho de importância foi o filme “Os Desafinados" em 2008,
onde interpreta o personagem - Geraldo(no presente) - que é dividido com o cantor/ator Jair Oliveira(Geraldo no passado). Fazem parte do elenco, Rodrigo Santoro, Selton Mello, Jair Oliveira, Claudia Abreu, Alessandra Negrini, Angelo Paes Leme, André Moraes, Vanessa Gerbelli, Antonio Pedro Borges, Arthur Kohl, Genésio Barros e Ailton Graça.





Fonte (Texto: Márcio Amêndola / Foto-Montagem com fotos de autoria de Charles Brait)


domingo, 3 de abril de 2011

XI Conferencia Internacional do Documentario na Cinemateca

Documentário é um gênero cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade «tal como ela é». O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjectiva da realidade.
O filme documentário foi pela primeira vez teorizado por Dziga Vertov (1896-1954), que desenvolve o conceito de «cinema-verdade» (kino-pravda), defendendo a ideia da fiabilidade do olho da câmara, a seu ver mais fiel à realidade que o olho humano - ideia ilustrada pelo filme que realizou Cine-Olho (1924) -, visto ser uma reprodução mecânica do visível (Ver: cinema directo).
O termo documentário é aceito em 1879 pelo dicionário francês Littré como adjetivo referente a algo «que tem carácter de documento». Atualmente, há uma série de estudos cujos esforços se dirigem no sentido de mostar que há uma indefinição de fronteiras entre documentário e cinema de ficção, definindo um género híbrido. Surge no início do século o termo docuficção. A etnoficção é umas das práticas nobres deste gênero.

Links relacionados:
Divulgação solidária: Quilombocine - Cabeças Falantes