terça-feira, 27 de novembro de 2012

São Bernardo do Campo inaugura centro de audiovisual


A Prefeitura de São Bernardo do Campo inaugura, na segunda-feira, 26/11, às 19h, o Centro de Audiovisual, um moderno espaço para a formação de novos profissionais e de difusão de produtos cinematográficos e de peças para a TV e animação.

Participam do coquetel de inauguração, no Centro de Formação dos Profissionais da Educação (Cenforpe), no Bairro Planalto, o prefeito Luiz Marinho e a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

A abertura do Centro de Audiovisual é a primeira etapa do projeto de revitalização dos antigos Estúdios Vera Cruz, marco importante na história cultural de São Bernardo do Campo e do Brasil.

Com equipamentos de tecnologia de ponta, o Centro de Audiovisual vai oferecer cursos gratuitos, com matérias teóricas e práticas, nas áreas de Cine/TV e de Animação 2D e 3D.

As inscrições estarão abertas a partir do dia 27 de novembro pelo site www.saobernardo.sp.gov.br/cultura/cav. A escola terá capacidade para atender a 225 alunos. Os cursos terão duração de um ano e meio, divididos em três semestres. As aulas para a primeira turma, de 75 alunos, começarão em março de 2013, após o processo seletivo.

O novo espaço é resultado de um convênio entre a Prefeitura de São Bernardo e o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura.


Sobre o CAV

O CAV é um programa de governo, fruto de um convênio com o Minc – Ministério da Cultura – que tem como foco a formação, pesquisa, produção e difusão da criação audiovisual. É a primeira etapa do Projeto de Revitalização dos Estúdios Vera Cruz.

O CAV – Centro de Audiovisual – oferecerá cursos gratuitos na área de Cinema/TV e Animação com duração de 3 semestres cada um, e têm como norte aliar duas áreas da produção audiovisual, no caso, a tecnologia e o fazer/ pensar artístico, um formato inédito em cursos de formação para o audiovisual no Brasil.

Além dos cursos regulares o CAV oferecerá palestras, workshops, reciclagem para profissionais, outro destaque será seu Núcleo de Produção, formado por profissionais experientes, o que possibilitará o estágio dos próprios alunos durante a formação, tendo condições para a criação de peças audiovisuais para a própria prefeitura, o apoio a artistas e produtores locais, e até mesmo apoio a produção de projetos externos de realizadores de médio e grande porte.

O CAV também atuará na difusão do audiovisual na cidade, seja com exibições e oficinas fora do espaço físico do Centro, seja com o compartilhamento de toda a produção dos alunos para além dos muros da escola. Para que essas ações ocorram, a equipe do CAV e da Secretaria de Cultura atuará junto aos cineclubes e outros equipamentos, como teatros, bibliotecas e praças da cidade.

Com estrutura para atender até 225 alunos, o CAV irá operar no complexo do Cenforpe, sendo que um dos andares dos alojamentos lá existentes foi totalmente reconstruído para atender as especificidades que um projeto desse porte exige.

O Centro contará com um estúdio de 100 metros quadrados, cabine para dublagem e locução, duas ilhas de edição, espaço para abrigar as produções e as salas de aula, que contará com equipamentos de ponta utilizados pelo mercado.O objetivo é que o aluno formado pelo CAV saia apto a exercer tanto uma carreira técnica na área de audiovisual quanto uma carreira mais artística, com vistas à produção audiovisual, a geração de renda e fomento à cadeia produtiva na cidade.

Outra grande novidade do CAV é a área de animação, onde o aluno que escolher esse curso poderá aprender na prática a produção de filmes e séries em animação, seja na técnica de animação tradicional, na qual os desenhos são feitos um a um, ou também nas técnicas de animação 2D Digital e 3D, tudo baseado em softwares de última geração e em computadores com tecnologia Apple.



Mostra O Negro no Cinema Brasileiro percorre 50 anos de história

No Dia da Consciência Negra, o Museu Nacional dos Correios, em Brasília, abre uma mostra que promete revelar como a população afrodescendente tem sido retratada pelo cinema nacional ao longo dos últimos 50 anos. O Negro no Cinema Brasileiro acontece de 20 de novembro a 2 de dezembro, sob a curadoria do cineasta, professor e crítico de cinema Sérgio Moriconi.

Ao longo de duas semanas, serão promovidas 24 sessões, em horários alternativos. De terça a sexta-feira, as exibições acontecem às 12h30 e às 19h, visando oferecer uma oportunidade de unir descanso e informação para quem trabalha nas proximidades do Setor Comercial Sul (onde está o Museu Nacional dos Correios). Aos sábados e domingos, sessões às 15h e às 17h. A entrada é franca.

O Negro no Cinema Brasileiro pretende estimular uma reflexão sobre a história e a importância da presença dos afrodescendentes na constituição cultural, econômica e socioeconômica do país, além de permitir um debate sobre a situação atual.

A mostra vai exibir títulos que percorrem a história do cinema no Brasil. A começar por Amei um bicheiro, de 1952, policial inspirado nos filmes noir, sobre o jogo do bicho e que contém a cena em que o lendário ator Grande Otelo considerava a melhor de toda sua carreira: a morte de seu personagem, Passarinho. O passeio continua com o clássico Orfeu Negro, 1959, de Marcel Camus, que venceu em Cannes e recebeu o Globo de Ouro ao transpor para o carnaval carioca da década de 50 o mito de Orfeu e Eurídice.

Um dos mais importantes filmes do cinema brasileiro, Assalto ao Trem Pagador, de 1962, dirigido por Roberto Farias, tinha como protagonistas os atores Eliezer Gomes, Grande Otelo, Ruth de Souza e Luíza Maranhão. Na tela, a encenação de um fato real: o assalto ao trem da Central do Brasil, em 1960. Um título emblemático, A Rainha Diaba, 1974, de Antonio Carlos Fontoura, afirmou o imenso talento do ator Milton Gonçalves. Na pele de um homossexual que dominava o tráfico de drogas na Lapa, no Rio de Janeiro, Milton arrebatou o Brasil. O filme foi premiado no Festival de Brasília.

Em 1998, o cineasta Renato Barbieri e o pesquisador Victor Leonardi percorreram o caminho trilhado pelos africanos feitos escravos no Brasil e conceberam o premiado Atlântico Negro – na rota dos Orixás, que mostra as afinidades existentes entre comunidades separadas pelo Oceano Atlântico.

Mas foi nos anos 2000 que se assistiu a um boom da presença do negro no cinema brasileiro. Títulos como Uma onda no ar, de Helvécio Ratton, e Madame Satã, de Karim Aïnouz, de 2002, apresentavam diferentes aspectos da realidade social da população afrodescendente no País. Com seu filme sobre a criação de uma Rádio Comunitária numa favela de Belo Horizonte e da repressão policial que seus criadores vieram a sofrer, Ratton mostrou pessoas que tentam romper a rotina de tráfico e violência. Karim Aïnouz em seu longa de estreia, Madame Satã, magnificamente protagonizado por Lázaro Ramos, retrata a vida do malandro homossexual que comandava a vida boêmia na Lapa. O filme recebeu prêmios no Brasil, em Havana, Cartagena e Buenos Aires, dentre outros.

Quase dois irmãos, 2004, de Lúcia Murat, revela o encontro de ex-companheiros de infância que seguiram rumos distintos – um se tornou senador da República e outro chefe do tráfico de drogas numa comunidade carioca. No elenco, Flávio Buraqui e Antonio Pompêo, dentre outros. Do mesmo ano de 2004, Filhas do Vento, de Joel Zito Araújo, traz um elenco estelar: Ruth de Souza, Léa Garcia, Milton Gonçalves, Taís Araújo, Thalma de Freitas, Rocco Pitanga. Em cena, a história de duas irmãs que após muitos anos se encontram numa pequena cidade mineira onde ainda vivem os fantasmas da escravidão e do racismo.

Longe da ficção e apresentando um artista que está entre os mais importantes da música brasileira, o documentário Paulinho da viola – meu tempo é hoje, 2004, revela a vida simples do artista que é o mais sofisticado do samba. Também na linguagem do documentário e concentrado numa personagem negra, Estamira, 2005, de Marcos Prado, arrebata as plateias por onde passa. Estamira Gomes de Sousa foi uma catadora de lixo do aterro Jardim Gramacho, do Rio de Janeiro que sofria de doença mental. Seu discurso filosófico misturava momentos de extrema lucidez e rasgos de loucura. Foi premiado no Rio de Janeiro, em São Paulo, Marseille, Viena, Havana e transformou-se em espetáculo teatral.

Pouco visto no circuito comercial, Besouro, 2005, de João Daniel Tikhomiroff, recupera para os dias atuais a figura lendária de Besouro Mangangá, que viveu no Recôncavo Baiano, no início do século XX, e é considerado o maior capoeirista de todos os tempos. A Bahia também é palco da comédia musical Ó Paí, Ó, de 2007, direção de Monique Gardenberg, que leva para as telas o clima e o frescor do carnaval baiano, num casarão em pleno Pelourinho de Salvador. E fechando o passeio pelo cinema nacional, o filme mais recente da mostra, A falta que me faz, documentário de 2009, assinado por Marília Rocha, vai à Cordilheira do Espinhaço, em Minas Gerais, para mostrar o cotidiano de quatro meninas. O filme nasceu de uma pesquisa sobre as coletoras de flores de Diamantina.

No sábado, dia 24 de novembro, haverá palestra do professor Rafael Sanzio dos Anjos, graduado em geografia, mestre em planejamento urbano, doutor em informações espaciais e com pós-doutorado em Cartografia Étnica no Museu Real da África Central em Tervuren - Bélgica. Rafael Sanzio dos Anjos é Professor do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília e Diretor do Centro de Cartografia Aplicada e Informação Geográfica (CIGA), onde coordena os Projetos Geografia Afro-Brasileira: Educação e Planejamento do Território e Instrumentação Geográfica, Educação Espacial e Dinâmica Territorial e Coordenador também do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UnB e do Centro de Documentação Geográfica Milton Santos (CDGMS).

Suas publicações mais recentes são as seguintes: “Dinâmica Territorial: Cartografia-Modelagem-Monitoramento, 2007″, “Cartografia & Educação - Vol I, 2008″, “Quilombos: Geografia Africana – Cartografia Ética – Territórios Tradicionais, 2009″ e “Territorialidade Quilombola: Fotos & Mapas / Quilombola Territoriality: Photos& Maps, 2011.

Clique aqui para saber mais e conferir a programação completa.

Se eu não chegar a ver, vai nascer de mim quem vem para ver

Por Cidinha da Silva



Eu gostaria de assistir Subúrbia por simples deleite, como assisto Lado a Lado, mas fiquei tão impressionada com as reações negativas, lidas e ouvidas, que me impus a tarefa de analisar a mini-série e destacar o sem-número de boas impressões causadas pela obra em mim. Mas é chato, confesso. Eu quero apenas ser telespectadora, gostar, como gosto, e degustar o que mais me interessa, o texto.Recuso qualquer roteiro didático para acompanhar Subúrbia. O fato de autores, atores e atrizes terem pensado isso ou aquilo no momento da concepção, não garante o resultado performático desejado, ou seja, existe uma grande distância entre pensar a obra e conseguir realizá-la. E todas as pessoas têm o direito de achar o que quiserem! Abaixo a leitura de telepronto que alguns querem impor ao telespectador. Tampouco, desejo criar um roteiro (didático) próprio para amealhar seguidores.

Sou do time de Carlinhos Brown, a poesia é necessidade básica. Quero falar sobre um trabalho de arte que me emociona e traz elementos importantes (e novos) para a teledramaturgia do negro, na verdade, sobre o negro no Brasil, ainda. Tudo isso pelo meu olhar, nada mais!

Não me forçarei a ver o que quer que seja, nem levarei meus discursos prontos sobre as mulheres negras, por mais que os julgue criativos, supostamente consonantes com a tradição (embora, muitas vezes, não passem de aspectos superficiais), para a leitura da telenovela. Cada pessoa venda seu peixe com a técnica que tiver nas mãos, com a linguagem de sedução e convencimento de idéias que tiver conseguido criar ao longo da vida.

São muitos interesses em disputa para “garantir” outras edições da mini-série. Tenho consciência de que Lado a lado conta com atrizes e atores consagrados, com lugar ao sol global garantido, na medida limitada em que artistas negros conseguem ter garantias na profissão, fora das produções chamadas de época e dos papéis de/para negros. Em Subúrbia, Haroldo Costa, ícone da cultura brasileira, é conhecido na TV, entretanto, como grande especialista em samba.

Rosa Marya Colin é uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos, porém, muita gente a está descobrindo agora, como Mãe Bia. Triste país, o nosso. Mas, os tais interesses não me roubarão o prazer de assistir Subúrbia e de me deter nos detalhes que me cativarem e me ajudarem no entendimento da construção de um texto primoroso. Clique aqui para ler na íntegra. 

Lenny Kravitz vai interpretar Marvin Gaye em cinebiografia

Resta saber se o diretor inglês vai conseguir se adaptar a um estilo musical que passa longe de ter raízes na europa. Segundo os produtores, o roteiro deve tratar dos últimos de Gaye, que aconteceram em Londres e por isso a escolha de Temple para a função, já que o cineasta é um profundo conhecedor da cena musical da cidade.

 Parece que agora é oficial, o cantor Lenny Kravitz (Preciosa - Uma História de Esperança) vai ser arriscar novamente nas telonas e dessa vez o seu papel será grandioso, ele viverá o gênio da música soul Marvin Gaye.

O longa deve ser dirigido por Julien Temple, famoso por ser um entusiasta de outro gênero musical nos cinemas: o punk rock. Ele já assinou o longa O Lixo e a Fúria, sobre os ingleses do Sex Pistols, e o documentário The Future Is Unwritten, que aborda a vida de Joe Strummer, vocalista do The Clash.


Não é de hoje que a história do cantor tenta ser levada aos cinemas. Desde 2006 um projeto assinado por F. Gary Gray (Código de Conduta) está em desenvolvimento, mas já foi engavetado diversas vezes e não deve ser filmando tão cedo. Resta saber se a produção a ser estrelada por Lenny Kravitz seguirá o mesmo caminho ou será filmada com sucesso.